“ Passa rasgando na reta Ayrton Senna, seis voltas completadas. Ai ele tenta fazer falar mais alto seu motor Renault em relação ao motor Ford. É a parte de maior velocidade eles vão atingir aos 330 quilômetros por hora...”
Por Osni Gustavo Fagundes
Lembro como se fosse ontem. As reuniões na casa da avó aos domingos de manhã. As horas passadas em frente a televisão. A tensão durante a corrida. Aquela música tocando ao fi nal da prova, e principalmente, a imagem do carro vermelho e branco, o capacete verde e amarelo e a bandeira ainda no carro sendo levantada e carregada por toda a pista.
O mês de maio pode ser lembrado como o mês das mães, ou até mesmo o mês onde se comemoram os direitos adquiridos pelos trabalhadores. Mas para alguns brasileiros, ele trás lembranças e recordações que jamais serão esquecidas.
Após os cinco títulos conquistados por Emerson e Piquet, o automobilismo conquistou um grande espaço na mídia e na vida dos brasileiro, mas a simpatia com o esporte a ponto de torná-lo popular veio somente com Senna. Para muitos ele não era apenas um excelente piloto, não era apenas um esportista.
Senna era o Brasil, carregava com ele o Brasil. Ayrton Senna passou o limite entre idolatria e heroísmo. Era visto não como um ídolo, mas como um herói nacional, aquele que lutava contra tudo e contra todos, conquistava vitórias épicas e ao final exaltava o país acima de tudo. Isto fez com que Senna se tornasse o maior esportista brasileiro, mesmo praticando um esporte longe de ser acessível.
As conquistas “heróicas” de Senna fi zeram dele o maior exemplo de que o Brasil poderia ser reconhecido internacionalmente. Que mesmo com as adversidades vividas, existia um motivo para ter esperança, a esperança de que um “Silva” , assim como milhões de outros poderia ser grande.
Para alguns, Senna pode não ter sido o maior piloto da história, mas para os brasileiros isso não importa. Senna foi um ídolo, um herói, foi simplesmente Ayrton Senna do Brasil.
